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  • Indigenous Film Art Festival Marburg | 8–9 June 2025

    Indigenous Film Art Festival Marburg | 8–9 June 2025

    The Departments of Social Anthropology and Media Studies at Philipps-Universität Marburg are proud to present the Indigenous Film Art Festival Marburg, a vibrant celebration of Indigenous cinema from Latin America.

    This unique event creates space for the voices and visions of Indigenous filmmakers, highlighting their right to self-determination through powerful artistic expression. The festival brings together a rich and diverse selection of documentaries, short films, and feature films that challenge colonial stereotypes and amplify Indigenous perspectives on identity, resistance, and ecological justice.

    Through compelling narratives and striking visual storytelling, the films reflect on themes such as colonial history, environmental crises, and ongoing struggles for Indigenous sovereignty and cultural survival.

    Beyond the Screen
    The festival will also host conversations with filmmakers, panel discussions, and expert talks—offering opportunities for meaningful dialogue around the political, artistic, and cultural contributions of Indigenous communities.

    Dates: 8–9 June 2025
    Full program, ticket info, and details available at:

  • Workshop ‘Reflorestar o património: Museus e a retomada dos povos indígenas’

    Workshop ‘Reflorestar o património: Museus e a retomada dos povos indígenas’

    O Workshop Reflorestar o património: Museus e a retomada dos povos indígenas acontece entre os dias 4 a 6 de Junho 2025 no Museu Nacional de História e da Ciência, Anfiteatro Manuel Valadares, Lisboa, Portugal. O Workshop inicia o WP 5: “Reclaiming and Redefining Heritage: Data Governance, Displays and Preservation in Collections and Museums” do projeto EDGES.

    Reflorestar o património parte de um questionamento urgente sobre as formas de relação com os acervos museológicos e com os saberes que neles vivem. Mais do que uma metáfora, reflorestar aponta para um gesto epistemológico, ético e político que se entrelaça a debates contemporâneos fulcrais, como a necessidade de ecologizar o pensamento, superando os paradigmas da modernidade e reencantando a experiência e as subjetividades.

    Inspirados pelas lutas e reivindicações dos povos indígenas, propomos pensar os museus não como espaços neutros de conservação, mas como territórios em disputa, onde é possível reimaginar o património como campo de cura, escuta e transformação. Reflorestar é também permitir que outras formas de memória, presença e relação cresçam, especialmente em diálogo com a retomada territorial, cultural e espiritual que está em curso nos territórios indígenas.

    COMISSÃO ORGANIZADORA: Rodrigo Lacerda (Centro em Rede de Investigação em Antropologia, NOVA FCSH / IN2PAST); Bruno Brulon Soares (University of St. Andrews); Marta Lourenço (Museus de História Natural e da Ciência, Universidade de Lisboa); Pedro Cardim (CHAM – Centro de Humanidades, Universidade Nova de Lisboa); Isabel Araújo Branco (CHAM – Centro de Humanidades, Universidade Nova de Lisboa); Karine de Fatima Mazarão (CHAM – Centro de Humanidades, Universidade Nova de Lisboa).

    O número total de participantes será limitado a 100 pessoas por sessão. A participação requer inscrição prévia por meio do seguinte link:

    Programa

    Anfiteatro Manuel Valadares
    Museu Nacional de História Natural e da Ciência
    Universidade de Lisboa, Portugal

    QUARTA-FEIRA | 4 JUN

    13h | Credenciamento dos participantes e levantamento obrigatório do crachá de identificação
    Átrio do MUHNAC

    14h | Ritual do Toré com Olinda Tupinambá e Ziel Karapotó
    Átrio do MUHNAC

    14h30 | Abertura do Workshop pela Comissão Organizadora

    14h45 – 16h30 | Por uma museologia experimental indígena

    Esta sessão propõe refletir sobre os caminhos para uma museologia experimental indígena, entendida como prática crítica, sensível e colaborativa, enraizada nos modos de conhecimento, memória e cuidado dos povos indígenas. Em diálogo com a retomada de narrativas e territórios que atravessa os museus hoje, queremos pensar experiências que desafiem os limites das instituições patrimoniais e reorientem seus modos de curadoria, mediação e arquivo. A partir de projetos situados e experimentações práticas, a sessão tem como objetivo contribuir para imaginar outros futuros museológicos, que sejam mais relacionais, pluriversos e comprometidos com a vida dos povos originários.

    Participantes:

    1. Ana María Lema (Universidad Mayor de San Andrés, Bolívia)

    2. Francisco Huichaqueo (artista, curador e cineasta indígena mapuche)

    3. Nara Neves Pires Galvão (Instituto Ricardo Brennand; Universidade Federal de Pernambuco)

    4. Ziel Karapotó (artista, curador e cineasta indígena)

    5. Jelena Porsanger (RiddoDuottarMuseat – The Sámi Museum in Karasjok; University of Helsinki)

    Moderação: Bruno Brulon Soares (University of St Andrews)

    17h – 18h | Manusear com cuidado: sessão sobre objetos extremamente sensíveis das coleções do Museus de História Natural e da Ciência

    Esta sessão propõe um momento de prática e reflexão em torno do contato direto com objetos de alta sensibilidade provenientes das coleções do Museu Nacional de História Natural e da Ciência. A atividade convida os participantes a explorar, com atenção e responsabilidade, as camadas materiais, simbólicas e políticas que esses objetos carregam. Em diálogo com o tema do workshop, a sessão busca repensar as formas de aproximação, cuidado e escuta que museus podem cultivar diante de patrimónios marcados por histórias coloniais, deslocamentos forçados e saberes silenciados. Trata-se de uma oportunidade para experimentar modos mais atentos, respeitosos e éticos de relação com os acervos.

    Coordenação: Marta Lourenço (Museu Nacional de História Natural e da Ciência, Universidade de Lisboa)

    QUINTA-FEIRA | 5 JUN

    14h – 15h45 | Visita à exposição “O Impulso fotográfico. (Des)arrumar o arquivo colonial”
    Ponto de encontro: Átrio do MUHNAC

    Esta visita guiada à exposição “O Impulso fotográfico. (Des)arrumar o arquivo colonial”, no Museu Nacional de História Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa (MUHNAC), convida os participantes do workshop a refletirem sobre os usos, poderes e limites da imagem fotográfica no contexto colonial e científico. A mostra reúne fotografias dos séculos XIX e XX provenientes de diferentes acervos do MUHNAC, revelando os enquadramentos históricos e epistemológicos que moldaram a construção do olhar europeu sobre os territórios e povos colonizados.

    A visita será também uma oportunidade para apresentar as diversas iniciativas e colaborações que o MUHNAC tem desenvolvido em torno dos seus arquivos, incluindo projetos de investigação, parcerias interinstitucionais e ações de reinterpretação crítica com comunidades afrodescendentes, com o objetivo de questionar narrativas hegemónicas e promover formas mais plurais, éticas e dialogadas de curadoria e mediação.

    Coordenação: Marta Lourenço (Museu Nacional de História Natural e da Ciência, Universidade de Lisboa)

    16h15 – 18h | Perguntas que os arquivos e as coleções nos colocam 

    Este painel propõe um espaço de escuta e debate em torno das interrogações que emergem dos arquivos e coleções: suas lacunas, excessos, silêncios e persistências. Em vez de tratá-los como fontes passivas de informação, partimos da ideia de que arquivos e objetos têm agência: eles nos desafiam, nos convocam, nos incomodam. Especialmente no contexto de coleções construídas em contextos coloniais, essas perguntas ganham força e urgência. Este encontro convida à reflexão sobre como os acervos podem ser reapropriados, ressignificados e reativados por meio de práticas colaborativas, críticas e sensíveis, abrindo espaço para epistemologias indígenas e para outras formas de cuidado e relação com o conhecimento.

    Participantes:

    1. Elisabete Pereira ( Instituto de História Contemporânea, Universidade de Évora / IN2PAST)

    2. Francisco Roque de Oliveira (Centro de Estudos Geográficos, Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa [CEG-IGOT-ULisboa])

    3. María Luisa Soux (Universidad Mayor de San Andrés, Bolívia)

    4. Marília Xavier Cury (Museu de Arqueologia e Etnologia, Universidade de São Paulo)

    5. Sonia Archila (Departamento de Antropologia, Universidad de los Andes, Colômbia)

    Moderação: Axel Lazzari (Universidad Nacional de San Martín [UNSAM], Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas [CONICET])

    SEXTA-FEIRA | 6 JUN
    Anfiteatro Manuel Valadares

    14h – 15h45 | O que a floresta lembra que os museus esqueceram?

    Este painel propõe abrir espaço para escutar os saberes da terra, os silêncios dos acervos e as ausências nos discursos institucionais. Ao trazer a floresta como fonte de memória, relação e conhecimento, buscamos confrontar os regimes de classificação, conservação e representação que moldaram os museus modernos e imaginar formas de reencantamento e reconexão. A sessão convida à construção de práticas museológicas enraizadas em outros modos de existir, lembrar e cuidar.

    Participantes:

    1. Ellen Lima Wassu (artista, poeta e investigadora indígena no Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho – CEHUM – UMinho)

    2. Olinda Tupinambá (artista, curadora e cineasta indígena)

    3. Ritó Natálio (artista e investigador, Parasita / Terra Batida)

    4. Lilly Baniwa (atriz, performer, diretora indígena)

    5. Susana de Matos Viegas (ICS, Universidade de Lisboa)

    Moderação: Inês Beleza Barreiros (ICNOVA, Universidade Nova de Lisboa)

    16h15 – 18h00 | O papel das artes indígenas na preservação e reinvenção cultural

    As artes indígenas ocupam um lugar central na preservação e reinvenção das culturas indígenas. Muito além da categoria ocidental de “arte”, elas expressam modos de existir, narrar, curar, resistir e sonhar. Este painel propõe refletir sobre como práticas artísticas indígenas – em suas múltiplas linguagens e suportes – atuam como formas de transmissão de memória, afirmação identitária e criação de futuros possíveis. A sessão irá discutir o papel dessas artes na retomada indígena, no diálogo com instituições patrimoniais e na construção de espaços de escuta, visibilidade e soberania.

    Participantes:

    1. Alva Martinez Teixeiro (Universidade da Coruña)

    2. Citlalli Andrago (cineasta indígena, Universidad Andina Simón Bolívar-Quito, Sede Ecuador)

    3. Izabelle Louise (artista, cineasta e investigadora indígena Tremembé, Universidade de Lisboa)

    4. Jamille Pinheiro Dias (University of London)

    5. Joshi Espinosa (cineasta indígena, Universidad Andina Simón Bolívar-Quito, Sede Ecuador)

    Moderação: Pedro Cardim (CHAM – Centro de Humanidades, Universidade Nova de Lisboa)

    Biografias

    Alva Martínez Teixeiro é Professora Distinguida Senior da Universidade da Coruña e Professora Estrangeira Associada da PUCRS, Brasil. Foi Professora de Estudos Brasileiros da Universidade de Lisboa (2012-2024) e docente de Literatura Brasileira da ‘Université Mohammed V’ de Rabat (2012-2016). Doutora pela Universidade da Coruña com a tese, com Menção Europeia, A obra literária de Hilda Hilst e a categoria do obsceno (2010). É especialista em literatura brasileira e nas relações interartes (literatura – artes plásticas). Publicou monografias sobre Raduan Nassar, Hilda Hilst, Sophia Andresen ou Lygia Fagundes Telles. Recebeu, entre outros, o Prêmio Internacional de Monografias Itamaraty, do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Brasil (2014). CIÊNCIA VITAE; ORCID

    Ana María Lema Garrett é Doutorada em História pela École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS), Paris, 1988. Desde 2016, é docente no curso de História da Universidade Mayor de San Andrés, em La Paz. Integra diversas associações bolivianas dedicadas à investigação histórica. Exerceu funções docentes em várias universidades da Bolívia e colaborou com instituições públicas ligadas à investigação e à cultura, como a Subsecretaria de Assuntos Étnicos (1994–1997), o Museu Nacional de Etnografia e Folclore (2009–2011) e o Arquivo e Biblioteca Nacionais da Bolívia (2011–2013). Tem desenvolvido trabalho na edição de textos, publicação de fontes primárias e assumiu, de forma interina, a direção de várias revistas académicas. Os seus principais temas de investigação incluem: a história das terras baixas da Bolívia e as relações entre as populações indígenas, a sociedade e o Estado boliviano; a história das mulheres bolivianas nos séculos XIX e XX; e a história da folha de coca. ORCID

    Axel Lazzari é Investigador independente do CONICET e Professor na Escola Interdisciplinar de Altos Estudos Sociais (EIDAES) da Universidade Nacional de San Martín. É diretor do Centro de Estudos Socioterritoriais, de Identidades e de Ambiente (CESIA) e membro fundador da Rede de Investigações em Antropologias Argentinas e Latino-Americanas (RIASAL). Doutorado em Antropologia pela Universidade de Columbia (2010), possui também um mestrado em Antropologia Social pelo Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (1996). A sua trajetória académica e profissional abrange desde os estudos indígenas até à antropologia política e à etno-história. Atualmente, dedica-se à investigação sobre a história da antropologia argentina. É autor da obra A volta dos ranqueles. Um ressurgimento indígena na América Latina (Sb, 2024, 2.ª edição), tendo publicado extensamente em revistas nacionais e internacionais. Participou ainda em diversas obras coletivas e coordenou a edição de uma coleção de materiais educativos sobre os povos indígenas da Argentina.

    Bruno Brulon Soares é museólogo e antropólogo, professor na Universidade de St Andrews, na Escócia, onde dirige o Instituto para Museus, Patrimônio e Sociedade. Entre 2019 e 2022, foi Presidente do Comitê Internacional para a Museologia (ICOFOM). Atualmente é presidente do Comitê Internacional para a Museologia Social (SOMUS) e co-presidente do Comitê Permanente para a Definição de Museu do Conselho Internacional de Museus (ICOM). Seu livro mais recente, The Anticolonial Museum (Routledge, 2023), investiga a retórica da descolonização na museologia e suas consequências políticas e materiais na Europa e na América Latina. Seus interesses de pesquisa têm enfoque nas museologias experimentais, nos museus comunitários e nos usos políticos dos museus e do patrimônio. ORCID; Lattes.

    Citlalli Andrago é produtora de cinema e gestora cultural Kichwa da comunidade de Turuku, no Equador. É produtora da Casa Audiovisual AYLLUREC Films e gerente do coletivo artístico HUMAZAPAS. Em 2017, produziu o primeiro longa-metragem de Joshi Espinosa, HUAHUA. Participou do Málaga Talent, durante o 22º Festival de Málaga – Cine em Espanhol, em 2019. Em 2022, realizou o projeto de formação em cinema e produção comunitária “HUMAZAPAS”, voltado para jovens dos povos originários de Cotacachi, Equador. Atualmente, está produzindo o filme “Vacaciones”, que se encontra em fase de pós-produção, e o novo longa de Joshi Espinosa, “Akcha Sapi”, atualmente em fase de produção.

    Ellen Lima Wassu é multiartista, peixe de água doce, humana perplexa, jardineira de apartamento e mais bicho que gente. Nascida no Rio de Janeiro, é indígena do povo Wassu Cocal (AL) e atualmente vive em Portugal onde faz doutorado, desenvolve praticas artísticas, realiza cursos, palestras e atua como ativista. Além de integrar revistas literárias e outras coletâneas, publicou em 2021 ixé ygara voltando pra ’y’kûá (Urutau), e em 2023 ybykûatiara um livro de terra (Urutau). Sua prática relaciona arte, poesia, performance, ativismo, crítica, bons encontros, banho de rio, escuta e conversa com flores. 

    Elisabete Pereira é curadora da exposição «Confrontar o legado colonial no Museu» (12-03-2025 a 31-10-2025), um dos outputs do projeto de I&D “TRANSMAT – Materialidades transnacionais (1850-1930): reconstituindo colecções e conectando histórias” (FCT – PTDC/FER-HFC/2793/2020) que coordenou entre 2021 e 2025. É investigadora integrada e membro da direcção (2023-2026) do Instituto de História Contemporânea (Universidade Nova de Lisboa/Universidade de Évora), avaliadora do «Provenance Research Fund» do Centro Marc Bloch (Universidade Humboldt, 2024/2025); bolseira do DAAD (Serviço Alemão de Intercâmbio Académico) para o programa de intercâmbio TheMuseumsLab 2023. 

    Francisco Huichaqueo é artista, cineasta e curador. Nasceu em 1977 na cidade de Valdivia (Ainil), no sul do Chile, território mapuche conhecido como Gulumapu, a oeste da Cordilheira dos Andes. É professor na Faculdade de Humanidades e Artes da Universidade de Concepción, no Chile. Licenciado em Artes Visuais (2001) e mestre em Cinema Documental pela Universidade do Chile (2013), estudou óptica cinematográfica na Escola de Cinema de San Antonio de los Baños, Cuba, com apoio do Fundo de Fomento Audiovisual do Ministério das Culturas do Chile. A sua obra cinematográfica assenta numa abordagem indígena, que denomina Cine Medicina, baseada numa visão cosmogónica e circular mapuche. Como curador, desenvolve práticas contra-coloniais voltadas para a crítica dos museus arqueológicos e etnológicos, a partir da figura do curador-curandeiro. Desde 2011 tem sido convidado para exposições, residências e conferências em instituições internacionais, incluindo as universidades de Nova Iorque, Yale, Berkeley, Princeton, Utah, San Andrés (Bolívia) e eventos no México. Aborda temas como a resignificação das peças patrimoniais mapuche detidas por museus em coleções públicas e privadas. Participou em residências artísticas no Taiwan (2015), França (2009), Colômbia (2017) e México (2018). Em 2021, recebeu o Prémio de Criação da Universidade de Concepción e, em 2022, foi nomeado pela Fundação Cisneros (CIFO) para o seu programa de bolsas e comissões. Entre as suas exposições destacam-se: Chilean Miracle (Los Angeles, 2014), DE Celerate (Nova Zelândia, 2020), Sobre el principio del tiempo (Museu Reina Sofía, Madrid, 2021), REPARAÇÃO / REPAIR / REPARAR (Hangar, Lisboa, 2024). Exposições individuais notáveis incluem Kalül Trawün (MNBA, Santiago), Wenupelon (Museu de Artes Visuais, Santiago), Malón Wiño (Buenos Aires) e Trig Metawe Kura (Palácio Pereira, 2022). Em 2024, participa na exposição Ancestros Hoy no Wadsworth Atheneum Museum of Art, EUA. As suas obras foram exibidas em bienais e festivais internacionais como a Bienal de Berlim (2020), Bienal de Havana (2022), Trienal de Chile (2009), Bienal SIART (Bolívia, 2017), ImagiNATIVE (Toronto), Festival de Morelia (México), Toulouse (2012–2024) e no Museu do Índio Americano, Washington. Desde 2013, a sua filmografia é distribuída pela Vtape, de Toronto.

    Francisco Roque de Oliveira é doutor em Geografia Humana pela Universitat Autònoma de Barcelona e Professor Auxiliar do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa, Investigador Integrado do Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa (CEG-IGOT-ULisboa) e coordenador científico da Fototeca e da Mapoteca do CEG. É membro do Conselho Editorial das revistas Investigaciones Geográficas (UNAM) e Journal of Historical Geography. Trabalha sobre História da Geografia e História da Cartografia. A sua investigação mais recente tem incidido sobre a história da Geografia Tropical Portuguesa em contexto do colonialismo tardio, em particular sobre metodologia de trabalho de campo e fotografia. Ciência IDORCID

    Inês Beleza Barreiros é historiadora de arte e crítica cultural e a sua pesquisa centra-se na cultura visual, memória pública e legados do colonialismo. Atualmente, é Michael Ann Holly Fellow no The Clark Art Institute, onde prepara o seu próximo livro Thinking Visually. Afiliada ao ICNOVA, Inês doutorou-se em Media, Cultura e Comunicação pela New York University. Tem também trabalhado em documentários que exploram a relação do cinema com as outras artes. Entre publicações em revistas académicas e capítulos de livros, Inês é autora de “Sob o Olhar de Deuses sem Vergonha”: Cultura Visual e Paisagens Contemporâneas (2009). 

    Izabelle Louise nasceu entre o mangue e o mar, entre Fortaleza e Itarema (Ceará, Brasil), entre a palavra e a imagem. É descendente do povo indígena Tremembé e Doutoranda em Belas-Artes pela Universidade de Lisboa, com bolsa da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, com período de mobilidade acadêmica na Hochschule für bildende Künste Hamburg (Alemanha). É investigadora colaboradora no CIEBA (Centro de Investigação e de Estudos em Belas-Artes), no Afecta – Laboratório de Investigação e Criação Partilhada em Cinema e Outras Imagens em Movimento (Universidade da Beira Interior e Universidade de Lisboa) e no LICCA (Laboratório de investigação em Corpo, Comunicação e Arte da Universidade Federal do Ceará). Mestre em Criação Artística Contemporânea pela Universidade de Aveiro com bolsa de incentivo ao ano letivo. Graduada em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Ceará com bolsa CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).  Atualmente, investiga a relação entre a epistemologia e o cinema indígena, termo que tem nomeado como imagem encantada.

    Jamille Pinheiro Dias é diretora do Centro de Estudos Latino-Americanos e Caribenhos e co-diretora do Centro de Pesquisa em Humanidades Ambientais da Universidade de Londres, onde também atua como professora. Sua pesquisa aborda questões ambientais, artes indígenas e tradução na América Latina, com ênfase no Brasil. Atuou em instituições como Brown, Duke e Universidade de Manchester. É também tradutora de autores como Ailton Krenak, bell hooks, Antônio Bispo dos Santos e Judith Butler. Possui doutorado pela Universidade de São Paulo e foi pesquisadora visitante na Universidade de Stanford. 

    Jelena Porsanger é atualmente diretora do Museu Sámi em Karasjok (Sámiid Vuorká-Dávvirat), que integra a associação museológica RiddoDuottarMuseat, na Noruega. Detém o título de Docent em Estudos Indígenas pela Universidade de Helsinki (Finlândia). Investigadora Sámi, é doutorada em História das Religiões e Investigação Indígena pela Universidade de Tromsø – Universidade Ártica da Noruega, e possui o grau de Licenciada em Filosofia pela Universidade de Helsinki. Foi vice-reitora da Universidade de Ciências Aplicadas Sámi (2011–2015), período durante o qual se estruturou o programa de doutoramento em Língua e Literatura Sámi, iniciado em 2016. Anteriormente, dirigiu o Instituto Nórdico Sámi e atuou como investigadora sénior e docente em várias universidades dos países nórdicos. Entre 2007 e 2011, foi editora-chefe da revista científica Sámi dieđalaš áigečála, dedicada a publicações académicas em línguas sámi. De 2015 a 2020, integrou o conselho editorial da revista AlterNative – An Indigenous Journal of Indigenous Peoples (SAGE Journals, Aotearoa/Nova Zelândia). Atualmente, faz parte da equipa editorial da Dutkansarvvi dieđalaš áigečála, revista da Associação de Investigação em Língua e Cultura Sámi (Dutkansearvi), também com revisão por pares. Em 2021–2022, foi curadora da exposição RUOKTOT – The Return of the Sámi Drums, centrada na repatriação de objetos rituais sámi, especialmente os tambores sagrados, desde os seus usos espirituais originários, passando pela sua expropriação, até aos atuais esforços de recuperação e restituição. A exposição inclui uma visita virtual em 360°. Os seus interesses de investigação incluem metodologias e epistemologias indígenas, religiões indígenas, crítica de fontes sob perspetiva indígena, repatriação do património cultural sámi, tradições orais e conhecimentos tradicionais, digitalização tridimensional do património indígena e museologia indígena e sámi.

    Jose Espinosa Anguaya (Otavalo, Equador, 1980) é gestor cultural e cineasta Kichwa Otavalo. É tecnólogo em Cinema e Atuação pelo INCINE Quito e licenciado em Direção e Produção de Cinema pela Universidade das Artes de Guayaquil. Por meio de sua produtora AylluRecords, há mais de 20 anos promove a difusão e a profissionalização dos videoclipes musicais indígenas de sua região, sendo um dos primeiros realizadores a levar a música kichwa para formatos audiovisuais que transcenderam fronteiras. É também o criador do programa de bolsas de estudo para povos e nacionalidades do Equador estudarem cinema no INCINE. Seu primeiro longa-metragem, Huahua, foi selecionado em diversos festivais nacionais e internacionais, onde recebeu prêmios do júri e do público. Em 2022, foi professor e produtor do programa de formação em cinema para jovens das comunidades de Cotacachi (HUMAZAPAS) e é produtor do longa Vacaciones, atualmente em fase de pós-produção. Também é diretor da série documental Haute Coutureshina, uma homenagem à sabedoria têxtil de seis povos Kichwa do Equador. A obra percorre técnicas ancestrais como o tecelagem e o bordado, explorando seu papel na autoidentificação feminina e na transmissão geracional de saberes dentro da cosmovisão indígena. Atualmente, trabalha no projeto de docuficção Akchasapi, selecionado e premiado em importantes laboratórios de desenvolvimento como Bolivia Lab, Chile Conecta, Arica Nativa, Red EDOC, Acampadoc, Morelia Lab, Walden e ImagineNATIVE. Sua obra cinematográfica tem como foco a identidade, a memória e a resistência cultural do povo Kichwa, ao qual pertence.

    Lilly Baniwa é atriz, performer e diretora. Pesquisa Teatro Indígena na Contemporaneidade. Nascida na comunidade Nazaré do Rio Içana no noroeste amazônico e atualmente reside em Campinas, São Paulo – Brasil, onde faz mestrado em  Artes da Cena na Universidade Estadual de Campinas,  Bacharel em Artes Cênicas na Unicamp (2023).  Entre suas últimas atuações profissionais destaca-se: A Leitura do trechos do livro A Queda Do CEU, de Davi Kopemawa, transcriados para a linguagem teatral por Zé Celso, Teatro Oficina Uzyna Uzona, criadora do espetáculo SER-HUMA-NÓS e atriz/roterista do filme MANDÍ, do Bruno Villela. 

    María Luisa Soux é historiadora boliviana, docente emérita do curso de História da Universidade Mayor de San Andrés (La Paz, Bolívia) e investigadora do Instituto de Estudos Bolivianos da mesma instituição. A sua investigação centra-se na história do processo de independência da Bolívia e da região andina, na história das mulheres, do direito e da ruralidade boliviana. Entre as suas obras destacam-se La coca liberal (1993), La Paz en su ausencia (2008), El complejo proceso hacia la independencia de Charcas (2010) e Constitución, ley y justicia entre colonia y república (2013), além de diversos livros em coautoria e artigos publicados em revistas académicas na Bolívia, na América Latina e na Europa.

    Marília Xavier Cury é Museóloga e educadora de museus. Dedica-se à investigação e à docência em Museologia desde 1992 MAE-USP. Coordena projeto de investigação nos temas da Comunicação Museológica e da Política de Gestão de Acervos. Desde 2010 dedica-se à investigação colaborativa com povos indígenas envolvendo coleções arqueológicas e etnográficas em museus universitários. Entre as investigações, as mais recentes são: Acervos etnográficos e colaboração com grupos indígenas – passado, presente e futuro. Produção de conhecimento e inovações na política de gestão museológica (2023-25) e Diálogos museológicos e trânsitos Portugal-Brasil / Brasil-Portugal. Uma prospecção nas coleções arqueológicas e etnográficas brasileiras em museus portugueses (2023-24)

    Nara Neves Pires Galvão é jornalista e doutoranda em Antropologia pela Universidade Federal de Pernambuco. Obteve mestrado em Antropologia pela UFPE. Foi bolsista do Programa de Aperfeiçoamento Profissional da Fundação Rotária na área de Museus e Artes, no Estado de Nova Iorque – EUA. Organizou o I Colóquio Internacional sobre o Brasil Holandês: História, Memória e Patrimônio Compartilhado bem como o livro de mesmo nome. Organizou o 1º Simpósio Internacional Coleções e Colecionismo: Práticas e Narrativas na Contemporaneidade. Pesquisa Colecionismo, Arte e Política, Gênero e gestão Cultural. É curadora independente e gestora cultural. Tem experiência na área de Gestão e Produção Cultural. Atualmente é Diretora Geral do Instituto Ricardo Brennand, Recife – PE, boarding member do Comitê de Colecionismo do Conselho Internacional de Museus (Comcol) e conselheira do Icom Brasil.

    Olinda Tupinambá (Pau Brasil, 1989) é multiartista, comunicadora, produtora cultural e realizadora audiovisual. Seu trabalho usa o corpo como corpo político para discutir a relação entre humanidade e natureza, com foco em questões ambientais. Desde 2015, dirigiu e produziu uma série de obras independentes entre documentários, ficções e performances. Curou e produziu importantes festivais como o Cine Kurumin, FeCCI e Amotara. Participou do grupo CARLA (UFBA/Manchester) e de exposições como Véxoa (Pinacoteca) e a 60ª Bienal de Veneza (2024), no Pavilhão Hãhãwpuá. É integrante da Rede Katahirine de Audiovisual das Mulheres Indígenas. Foi indicada ao Prêmio Pipa 2024.

    Pedro Cardim é Professor Associado no Departamento de História da Universidade Nova de Lisboa, onde se licenciou (1989), doutorou (2000) e obteve o grau de Agregado em História (2013). Tem lecionado como professor visitante em várias instituições internacionais, incluindo a Universidade de Yale, a École des Hautes Études en Sciences Sociales (Paris), a New York University, a Universidad Pablo de Olavide (Sevilha) e a Université de Toulouse Jean Jaurès. É autor de sete livros (alguns em coautoria ou como editor), 26 artigos em revistas científicas e mais de uma centena de capítulos de livros. A sua investigação envolve colaboração com diversos especialistas e incide sobre temas como a história política e institucional, as Cortes de Portugal, o governo colonial, a cidade de Salvador da Bahia e as monarquias ibéricas.

    Ritó Natálio combina a escrita ensaística e a performance, seja na criação, no ensino, na investigação ou na organização de programas públicos. Tem organizado uma série de palestras-performances dedicadas à relação entre linguagem e geologia, apresentadas internacionalmente em diversos espaços artísticos, teatros e contextos académicos: “Antropocenas” (2017) com João dos Santos Martins, “Geofagia” (2018), e “Fóssil” (2020). Um dos seus trabalhos mais recentes — “Spillovers” (2023) — propõe uma reinterpretação fabulada e coletiva de “Lesbian peoples: Material for a Dictionary” (1976), uma obra icónica do feminismo lésbico de Monique Wittig e Sande Zeig. Ritó concluiu o seu doutoramento em Estudos Artísticos e Antropologia com bolsa FCT, com foco no Antropoceno e nas perceções de humanidade-natureza no contexto da relação entre escrita, oralidade e geologia. Natálio é graduado em Artes Coreográficas (Universidade Paris VIII) e mestre em Psicologia Clínica (PUC-São Paulo). Publicou artigos académicos, textos de artistas e editou publicações independentes ligadas às suas pesquisas. Em 2019, no Museu Calouste Gulbenkian, Lisboa, Ritó co-organizou uma mostra de cinema indígena com cineastas e curadores indígenas, juntamente com uma plataforma coletiva de investigadores e ativistas de Portugal, nomeadamente Ailton Krenak. Desde 2020, Ritó é coordenador da Terra Batida (TERRABATIDA.ORG), uma rede de pessoas, práticas e saberes em disputa com formas de violência ecológica e políticas de abandono. Colaborou, entre 2023-25, com a rede least — laboratório de artes e ecologia sediado em Genebra — no projeto “Peau Pierre” (Pele Pedra), um projeto de longa duração com foco em pedagogias ecoqueer em co-criação com associações locais. Coordenou também dois laboratórios quadrimensais com Alina Ruiz Folini para jovens entre os 18 e 25 anos, no contexto do projeto Imagina do Serviço Educativo da Fundação Calouste Gulbenkian (2022-23). Artista associado da Associação Parasita, uma estrutura financiada pela República Portuguesa – Ministério da Cultura/Direcção-Geral das Artes entre 2023-2024.

    Sonia Archila é Professora Associada no Departamento de Antropologia da Universidade dos Andes, na Colômbia. Obteve o grau de Mestre em Arqueologia Ambiental em 1991 e concluiu o doutoramento em Arqueologia em 2000 no Institute of Archaeology, University College London (UCL). A sua investigação centra-se nas interações entre sociedades humanas e o meio ambiente ao longo do tempo, com especial atenção à construção da memória social, ao conhecimento tradicional sobre o uso de recursos naturais e à valorização do património arqueológico.

    Susana de Matos Viegas é Investigadora Principal no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Doutorada em Antropologia Social e Cultural pela Universidade de Coimbra (2003), desenvolveu trabalho de campo junto do povo indígena Tupinambá de Olivença, no Brasil, tendo coordenado o relatório antropológico para a demarcação das suas terras (1997–2009). A sua investigação incide sobre questões de pessoa e subjetividade, territorialidades indígenas, ancestralidade e historicidades no Atlântico indígena. Desde 2012, realiza também trabalho de campo com os Fataluku, em Timor-Leste. Desde 2022, é Editora-Chefe da Tipití: Journal of the Society for the Anthropology of Lowland South America. ORCID; CIÊNCIA VITAE

  • Piracema Nu Bai: Mostra de Cinema Indígena, Negro e Periférico.

    Piracema Nu Bai: Mostra de Cinema Indígena, Negro e Periférico.

    De 3 a 7 de junho, acontece em Lisboa a Mostra de Cinema Piracema Nu Bai, com foco no cinema Indígena, Negro e Periférico. O festival faz parte das iniciativas de extensão do projeto EDGES. A Mostra acontecerá em vários espaços da Grande Lisboa – Casa do ComumCinema Fernando Lopes e Mbongi 67, reunindo cineastas indígenas da América Latina e realizadores negros residentes em Portugal e na Europa. 

    A mostra propõe um olhar inovador sobre cinematografias historicamente marginalizadas no circuito cultural, promovendo o encontro entre diferentes expressões estéticas e experiências de resistência. Enquanto cineastas e pensadores indígenas, estarão presentes Olinda Tupinambá e Ziel Karapotó (Brasil), Francisco Huichaqueo (Chile), Citlalli Andrago e Joshi Espinosa (Equador), que dialogarão com realizadores afrodescendentes baseados na Europa.

    Todos os filmes com legendas em português.

    Locais:
    Casa do Comum | Rua da Rosa, nº 285, Lisboa (entrada gratuita)
    Cinema Fernando Lopes | Universidade Lusófona, Campo Grande, nº 376, Lisboa (entrada €3)
    Mbongi 67 | Praceta António Sérgio, nº 4, Queluz (entrada gratuita)

    INSCRIÇÕES (obrigatória até dia 3 de junho)

    Curadoria: Amalia Cordova, Francisco Huichaqueo, Joshi Espinosa, Maíra Zenun, Olinda Tupinambá, Rodrigo Lacerda e Ziel Karapotó.

    PROGRAMA

    3 JUNHO

    18H30 | Perfomance TRANSMUTAÇÃO
    Local: Jardim do Príncipe Real
    Performance com os artistas indígenas Olinda Tupinambá e Ziel Karapotó

    21h30 | ENCONTROS
    Local: Casa do Comum
    Com a presença de todos os realizadores

    Tralkan Küra / Piedra Trueno

    Francisco Huichaqueo, 2022, 10’

    Piedra Trueno na língua mapuche foi filmado na localidade de Chamichaco, Ercilla, Chile. A dança do Choike purün e kollón purün foi realizada em território familiar actualmente ocupado por uma empresa florestal. A decisão de realizar este acto partiu do menino Héctor Carilao Rukal, de 12 anos de idade; a sua opinião foi considerada como um acto colectivo e de necessidade comunitária. O cerro pertence aos avós da mãe do menino, Leticia Rukal. Os avós desflorestaram o cerro de pinheiros e eucaliptos, queimando-os para fazer carvão. O peñi ou irmão na língua Mapuche, Héctor Carilao Rukal, realiza a ritualidade nas cinzas, e a minha câmara segue como um püllü, ou espírito acompanhante.

    O Verbo se fez Carne

    Ziel Karapotó, 2019, 7’

    A invasão dos europeus em Abya Yala nos deixou cicatrizes. Ziel Karapotó utiliza seu corpo para denunciar a imposição da língua do colonizador aos povos indígenas, uma face do projeto colonialista.

    Pés firmes na terra estremecida

    Izabelle Louise, Lauriane Tremembé, Keven Tremembé e Iago Barreto 2025, 16’

    Um filme encantado é um filme Tremembé.  “Pés firmes na terra estremecida” brota sua semente a partir da encantaria, da ancestralidade, da memória e do território. Produzido na Terra Indígena Tremembé da Barra do Mundaú, em Itapipoca (Ceará, Brasil), o filme nasce da colaboração de artistas indígenas aldeados e descendentes Tremembé.  A narrativa se constrói a partir dos elementos da natureza e da oralidade, revelando a presença dos seres encantados da cosmogonia – Mulher da Trouxa, Mãe D’água e Cobra Branca. Entre dunas, mares, rios e manguezais, a obra propõe uma experiência sensorial e poética a partir de um tempo circular que retoma uma pajelança imagética das memórias coletivas e ancestrais.

    Um rio chamado comboio da linha de Sintra

    Maíra Zenun, 12’

    Mi Ayllu

    Joshi Espinosa, 2008, 9’

    O José ficou. Os seus irmãos partiram para longe do Equador. Através das memórias dos pais e das razões dos irmãos, tenta compreender porque é que todos seguiram caminhos diferentes.

    Preconceito

    Olinda Tupinambá, 2021, 6’

    Preconceito é um trabalho de videoperformance que fala sobre o persistente estado de preconceito enfrentado pelos povos indígenas.

    4 JUNHO

    19H | SOM ANCESTRAL
    Local: Casa do Comum
    Realizadores presentes: Francisco Huichaqueo, Olinda Tupinambá, Ilda Vaz, Joni 

    Kuifi ül / Sinodo Antiguo

    Francisco Huichaqueo, 2020, 10’

    Filmado no primeiro dia de Wiñol Tripantü, está habitado pelo canto da trutruka, um instrumento de sopro que ressoa nos cerros e por todo o território durante vários dias durante a cerimónia. Kuifi ül, o som dos ancestrais humanos e não humanos, atravessou o tempo para estar no tempo presente; o som antigo tem acompanhado a grande comunidade mapuche, fortalecendo a nossa espiritualidade. A função dos trutrukeron é herdada dentro da família, tal como a Kalfümalen, que cavalga com o seu pai pelos bosques mapuche a caminho da grande cerimónia do NguillatunKuifi ül é o som antigo dos corpos de água, das florestas profundas do Wallmapu e da nossa memória em forma de ül. Território Ancestral: Wallmapu, Malhuehue, comunidade Mapuche, Chile.

    Áfrika

    Ilda Vaz Kontadera, 4’

    A Kalunga de Ossayn

    Joni, 2023, 9’

    Montagem e captação da performance A Kalunga de Ossayn para Tony Omulu, em Lisboa, exibido na Junta de Freguesia da Misericórdia.

    Ibirapema

    Olinda Tupinambá, 2022, 50’

    Viajando entre o mundo mítico e o mundo cotidiano, Ibirapema, uma indígena Tupinambá, se transmuta e percorre o espaço e o tempo, dialogando, por onde passa, com o mundo da arte ocidental, com a cidade e seus espaços de concreto e florestas domesticadas.

    21H30 | FLORESTA É CINEMA
    Local: Casa do Comum
    Sessão em colaboração com o Cine Tuiuiú

    Blow

    Pocas Pascoal, 2024, 10’

    Aguyjevete Avaxi’i 

    Kerexu Martins, 2023, 21’

    Uma celebração da retomada do plantio das variedades do milho tradicional do povo Guarani M’bya na aldeia Kalipety, onde antes havia uma área seca e degradada, consequência de décadas de monocultura de eucalipto.

    Mãri hi – A Árvore do Sonho

    Morzaniel Ɨramari, 2023, 18’

    Quando as flores da árvore Mãri desabrocham surgem os sonhos. As palavras de um grande xamã conduzem uma experiência onírica através da sinergia entre cinema e sonho yanomami, apresentando poéticas e ensinamentos dos povos da floresta.

    Bakish Rao: Plantas en Lucha 

    Comando Matico e Denilson Baniwa, 2024, 16’

    O filme é uma ficção científica que especula sobre as plantations e o futuro do planeta a partir da perspectiva das plantas e através da experimentação com o universo vegetal. Assim, descentrada a perspectiva humana, é uma experiência colaborativa entre linguagens artísticas e debates científicos, bem como um ensaio que explora os limites da comunicação propondo uma especulação multiespécies para narrar a história da destruição da floresta e as formas de resistência à homogeneização ecológica e do pensamento.

    The Return to the Amazon: escaping Ecuador’s Covid outbreak

    Eriberto Gualinga, 2021, 17’

    Enquanto milhões de pessoas em todo o mundo entraram em confinamento devido à crise do coronavírus, uma família na Amazónia equatoriana optou por se mudar para mais profundamente dentro da selva, em busca da segurança relativa que ela oferece.

    5 JUNHO

    21H30 | O CINEMA É UMA FLECHA
    Local: Casa do Comum
    Realizador presente: Maíra Zenun

    Sha’à

    Peregrino Shanocua Chaeta, 2023, 3’

    Sháa é um filme íntimo e pessoal sobre a luta de Peregrino para defender o seu território ancestral, num país que não é capaz de proteger a sua vida. Peregrino é um jovem cineasta indígena de Madre de Dios, no Peru. 

    Tupinambá na Baixada Santista

    wescritor, 2022, 6’

    Eternizando a vida e resistência dos povos Guarani Mbya, Tupi Guarani e Tupinambá na Baixada Santista. Este trabalho enfatiza as dificuldades dos povos originários existente em meio ao litoral do estado de São Paulo, visando também enfatizar a força cultura e vida do Tronco Tupi através do Ritmo Ancestralidade e Poesia, RAP.

    Tuire, o gesto do facão

    Simone Giovine, Coletivo Beture, 2024, 9′

    A guerreira Tuire relata para o neto Patkore detalhes sobre o lendário gesto do facão na mobilização contra a Eletronorte, em Altamira (PA), no ano de 1989.

    Minha câmera, minha flecha

    Natália Tupi, Guilherme Fascina, 2023, 19’

    Richard Wera Mirim é um jovem Comunicador Indígena do Povo Guarani Mbya da Terra Indígena Jaraguá, território que ainda resiste às margens da Rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo. O filme traz um pouco de sua trajetória, aliada à força do audiovisual e do uso das redes sociais na luta e resistência indígena. Mostra a câmera como uma flecha, uma ferramenta de comunicação poderosa, uma arma para registrar e retratar, com o olhar de quem vivencia a cultura, os conhecimentos, os territórios e demais aspectos dos povos originários pelo direito de existir.

    Memórias de Abril 

    Maíra Zenun, 2024, 23’

    Onde estão guardadas as recordações afetivas das pessoas negras que compõem a população de Portugal? Um país preso ao delírio imperialista, ornado em padrões monumentais que são uma ode às invasões coloniais. Em quais álbuns da família portuguesa, temos o protagonismo de suas trajetórias registrado? Foi pensando em tais questões, cruciais para compreendermos a nossa sociedade, que a Nêga Filmes teceu MEMÓRIAS e HISTÓRIAS, duas obras dedicadas ao arquivo familiar fotográfico negro português.

    A última cena

    Alberto Alvares, 2024, 20’

    Chegadas, partidas, idas e vindas, na cena da vida nunca saberemos quando será a despedida, nem a última cena que deixaremos registrada na memória da vida de alguém. O filme A Última Cena é uma homenagem as últimas imagem que registrei dos sábios Domingos Venites, Ramon e o Miguel Benites e que continuam vivas em nossa memória.

    6 JUNHO

    19H | CIDADE-COMUNIDADE
    Local: Cinema Fernando Lopes
    Realizadores presentes: Joshi Espinosa, Citlalli Andrago, Ziel Karapotó

    O que me leva não é a mercadoria de bolso

    Barbara Matias Kariri, 2022, 6’

    A migração da artista indígena Kariri Barbara Matias para o contexto urbano em 2011 implantou nela várias demandas, as quais são narradas por meio de sementes, moedas e o documento da identidade. O filme elabora perguntas a cerca das opressões cotidianas e lembra detalhes da cultura da artista.

    Yellow Fever

    Ng´endo Mukii, 2012, 7’

    Yellow Fever é um documentário de animação em técnica mista da realizadora queniana Ng’endo Mukii. A curta-metragem, que serviu como projecto de tese de Mukii no Royal College of Art, em Londres, é uma cativante fusão de imagem real, stop-motion, spoken word e animação desenhada à mão, que explora os efeitos dos ideais de beleza eurocêntricos, disseminados pelos meios de comunicação e pela publicidade, nas mulheres africanas. Com uma duração de pouco menos de sete minutos, o filme de Mukii destaca a insatisfação que algumas mulheres de pele mais escura sentem com a sua tonalidade, e as medidas frequentemente prejudiciais que tomam na procura de uma pele mais clara — nomeadamente através do uso de produtos de branqueamento da pele (conhecidos no Quénia como mkorogo). Yellow Fever aborda ainda a forma como estes padrões de beleza são transmitidos de geração em geração, com um momento particularmente marcante no filme a ocorrer quando a sobrinha de Mukii confessa sentir um certo desconforto com a sua pele escura sempre que se vê ao espelho.

    Paola

    Ziel Karapotó, 2022, 16’

    Um filme realizado por uma equipe de sete indígenas de diversos contextos: nascidos em território demarcado, nascidos em contexto urbano e em contexto de retomada. O protagonismo se trata de Paola, uma mulher trans/travesti indígena, nascida na comunidade Karapotó, no interior de Alagoas. É um filme feito coletivamente em um processo híbrido de ficção e documentário. Abordamos a questão trans indígena a partir do encontro de Ana Paola Karapotó com a equipe do filme, sobretudo com Ziel Karapotó, primo da protagonista e diretor do filme.

    Huahua

    Joshi Espinosa, Citlalli Andrago, 2017, 69’

    Um jovem casal descobre que está à espera de um bebé. Esta notícia desperta a sua preocupação sobre a identidade com que irão educar e criar o huahua que vem a caminho. José, o futuro pai, regressa à sua comunidade em busca de respostas sobre as suas raízes. Citlalli, a futura mãe, reflecte sobre a sua identidade, sendo filha de pai indígena e mãe mestiça. Ambos terão de enfrentar as imposições de uma sociedade globalizada e a situação actual da sua cultura, do seu povo e da sua identidade.

    21H30 | HORA DE MUDAR
    Local: Cinema Fernando Lopes
    Realizadores presentes: Francisco Huichaqueo

    Pinjawuli: o veneno me alcançou 

    Bih Kezo, 2021, 2’

    O filme está nos limites entre a ficção e o documentário, baseado em um sonho do próprio diretor, Bih Kezo. Os povos Manoki e Myky sabem que os seres que compartilham o mundo com os humanos estão pedindo ajuda para nós, sobretudo para os indígenas, que conhecemos a existência das Mju’u, as mães da terra. No filme, o avião persegue Bih por todas as partes da aldeia, assim como na realidade: as aeronaves que passam veneno nas lavouras vizinhas sobrevoam constantemente a aldeia Paredão, em Brasnorte-MT. Sempre na época logo após o plantio, a comunidade sente o cheiro de veneno dentro da aldeia, o que causa grande preocupação às famílias, levando em conta o crescente número de agrotóxicos que vêm sendo liberados no Brasil, sobretudo nos últimos anos.

    Hora de Mudar

    Pocas Pascoal, 2024, 6’

    A realizadora e argumentista angolana Pocas Pascoal lembra-nos que é hora de mudar, propondo através deste filme um olhar sobre o colonialismo, o capitalismo e o seu impacto na biodiversidade global. Observamos que a destruição do ecossistema remonta a um tempo anterior, estando já em curso através das ações de exploração da terra, da caça grossa e da exploração do homem pelo homem.

    Kanau’Kyba

    Gustavo Caboco e Pedra do Bendegó, 2021, 11’

    Kanau’Kyba significa Kaminhos das Pedras em nossa língua Wapichana. Atravessamos diferentes paisagens que conectam as pedras do céu às pedras da terra ancestral. Das caminhadas nas pedras terrenas na Serra da Lua, em Roraima, na Terra Indígena Canauanim, nos conectamos às pedras no Paraná, na cidade de Kurityba. Campo em chamas. Das cinzas no Museu Nacional do Rio de Janeiro e a pedra do bendegó ao recado da borduna: não apagarão a nossa memória.

    Recado do bendegó 

    Pedra do Bendegó, 2021, 11’

    “Conversas com a pedra” é uma das propostas que Gustavo Caboco e seus familiares realizaram no Museu Nacional do Rio de Janeiro em 2021, morada da pedra do Bendegó. Ouvir a pedra surge como uma proposta de escuta da perspectiva do meteorito frente às chamas e narrativas de reconstrução do museu. Recado do Bendegó se apresenta como uma forma de ecoar os recados desta pedra do céu, que ao ser questionada, revela uma perspectiva da história do brasil colonial, desde seus encontros com Dom Pedro II, Spix e Martius em Monte Santo no sertão da Bahia, o interesse da comunidade científica nessa pedra em detrimento da ciência indígena e popular frente a pedra e seu deslocamento ao Museu Nacional do Rio de Janeiro.

    Kúnü, Un espacio para el dialogo

    Francisco Huichaqueo, 2023 62’

    É o esforço colaborativo de 80 comunidades Mapuche para reivindicar parte de suas terras ancestrais diante de uma grande empresa florestal transnacional no Chile, na região da Araucanía-Loncoche. Künü documenta a criação de um espaço para diálogos difíceis entre grupos com uma longa história de desconfiança e desequilíbrios de poder, mas que, ao mesmo tempo, coloca no centro a perspectiva do exercício da autodeterminação ancestral e política diante das adversidades locais. As grandes empresas florestais estabelecidas em todo o território ancestral iniciaram as plantações de monocultivo no final dos anos 1980, em plena ditadura militar. Essas empresas contam com respaldo econômico do Estado chileno, perpetuando assim o modelo econômico e extrativista que atenta diretamente contra o modo de vida Mapuche, alterando significativamente a biodiversidade. Território Ancestral: Wallmapu, Loncoche, Chile.

    7 JUNHO

    10H | NOZ STÓRIA
    Local: Portas de Benfica

    Preço: 30€/pessoa
    Inscrição obrigatória até dia 3 de junho:

    “Noz Stória” é uma caminhada guiada por Sinho Baessa que propõe uma imersão na história dos bairros negros que se formaram nos arredores de Lisboa. O objetivo é dar visibilidade a comunidades historicamente invisibilizadas pela narrativa dominante da cidade, questionando: por quê, por quem e como essa invisibilidade se construiu? A atividade promove a escuta e a partilha de memórias, abordando temas como o racismo institucional, a questão da habitação, e as formas de resistência e resiliência das comunidades negras — por meio da cultura, da língua crioula, da música (batuque) e da culinária.
    Contextos abordados: Racismo institucional e habitação em Lisboa; Resgate e partilha de memórias; A importância das comunidades na preservação de tradições culturais; Conexões entre diferentes bairros negros de Lisboa.
    Objetivos: Aumentar a consciência crítica sobre o racismo estrutural e o legado do colonialismo em Portugal; Criar um espaço de troca de saberes e experiências a partir das vozes e vivências da comunidade; Proporcionar uma experiência envolvente e reflexiva para os participantes.

    16H | SESSÃO JUVENIL
    Local: Mbongi 67
    Realizador presente: Denise Santos

    No Tempo do Verão

    Wewito Piyãko, 2013, 22’

    É fim de semana e as crianças Ashaninka deixam a escola e partem, rio acima, para acampar com os pais e aprender a vida na mata.

    IN-CORPO-RAR | Corpos nos Espaços e Espaços nos Corpos 

    Denise A. Santos, 2021, 8’

    Corpos negros são diariamente questionados e posicionados, subjugados às suas camadas interseccionais. O corpo torna-se a figura central nas suas diversas formas de ser, físico, mental/psicológico e urbano/ambiente. Como mulher negra portuguesa, sinto determinados efeitos dessas camadas sociais e revejo-as em irmãos e irmãs subalternizados. Deste conjunto de conexões é projectado o presente vídeo intitulado In-corpo-rar que parte especificamente da reflexão sobre o corpo negro, a identidade e sentimentos adjacentes. No filme encontramos colagens que compõem a narrativa visual, auditiva e histórica, coletivamente refletem a ideia de camada corporal e camada social. A narrativa é uma manifestação de constantes explorações entre espaços nos corpos e corpos nos espaços aliado à sua persistência de corporificação individual e coletiva, abreviando observa-se um processo de luta para In-corpo-rar cada fragmento do corpo negro.

    Akababuru: expresión de asombro

    Irati Dojura, 2024, 14’

    Kari, uma menina indígena que tem medo de rir, conhece Kera, que lhe conta o mito de Kiraparamia, uma mulher castigada pelos deuses por rir do marido. Kera reinterpreta essa história e diz-lhe que o riso foi o que a libertou. Inspirada, Kari usa o riso para enfrentar aqueles que a incomodam.

    Ibegwa 

    Duiren Wagua, 2024, 11’

    Ibegwa é uma curta-metragem que conta a história de Guani, um menino Gunadule albino que vive sob constante discriminação por ser diferente. Para escapar da sua realidade, Guani inventa um amigo imaginário, Nuchu, uma personagem que o guia e com quem constrói o seu próprio universo através de jogos.

    Osiba Kangamuke – Vamos Lá, Criançada

    Haja Kalapalo, Tawana Kalapalo, Thomaz Pedro, Veronica Monachini, 2016, 19’

    As crianças da aldeia Aiha Kalapalo, do Parque Indígena do Alto Xingu (MT), são as protagonistas desse filme e nos mostram alguns aspectos de sua rotina, cultura e íntima relação com a natureza. Da escola, onde aprendem o português, até os rituais e a luta ikindene, os pequenos Kalapalo demonstram suas tradições com sutileza peculiar.

    18H | RETOMAR E REPARAR
    Local: Mbongi 67
    Realizadores presentes: Olinda Tupinambá, Ziel Karapotó

    Manchê Bom

    Petra.Preta, 12’

    Vou repetir-me: Estar na margem é fazer parte de um todo que não te reconhece como parte do corpo principal. Implica uma travessia repetitiva de fora para dentro. E com o entrar, vem a obrigação de sair. De lá para cá, resistir à violência. De cá para lá, resistir à violência. Tabanka é foi a proposta de um espaço seguro e mutável, entre a proteção e a cura. E este é um caminho para lá chegar. Um mapa ao contrário, onde se devolvem tesouros. Porque isto é sobre inverter percursos e a tentativa de reclamar o espaço do sonho.

    Oca no Buraco Fundo

    Ziel Karapotó, 2022, 30’

    Oca no Buraco Fundo é uma produção audiovisual híbrida, encruzilhada entre vídeo performance, vídeo arte e vídeo dança. Por meio da corporeidade almejo promover construções de paisagens contra narrativas aos discursos hegemônicos sobre as identidades e territorialidades indígenas na contemporaneidade. Consequentemente, sinalizar fabulações sobre o meu (r)existir no contexto periférico da Região Metropolitana de Recife, apresentando o lugar no qual elaboro estratégias de territorialização e reafirmação da minha identidade originária.

    Kaapora, o Chamado das Matas

    Olinda Tupinambá, 2020, 20’

    Uma narrativa da ligação dos Povos Indígenas com a Terra e sua Espiritualidade, do ponto de vista da indígena Olinda, que desenvolve projeto de recuperação ambiental nas terras de seu povo. Tendo a cosmovisão indígena como lente, a Kaapora e outros personagens espirituais são a linha central da narrativa e argumento do filme.

    Latitude Fênix

    Welket Bungué, 2024, 15’

    Nesta ilha, a Princesa de Ébano, Maria Correia, é invocada pela voz de artistas contemporâneos, qual Fénix. Ela é recebida pelo Barão de Água Izé. Nesta latitude, dialogamos com o quilombismo e a transmutação, dançamos e celebramos o aquieagora. Se queres ir depressa vai só. Se queres chegar longe vem connosco.

    Hijos de la terra

    Diego Sarmiento, 2014, 15’

    Cedo de manhã, Jorge colhe bananas para o pequeno-almoço. Ele e os seus amigos caminham livremente pela exuberante vegetação que rodeia a sua casa: sobem árvores, divertem-se, cantam canções da colheita e brincam nos rios da Amazónia. Este documentário é visto através dos olhos das crianças. As cenas do quotidiano descrevem a vida pacífica da comunidade kechwa-lamista Chiriqyako, na Amazónia peruana, onde se dedicam ao cultivo de alimentos e não há muito para vender, mas o dinheiro não parece ser o mais importante.

    20H | JANTAR CONVÍVIO
    Local: Mbongi 67

    Preço: 7€/pessoa
    Menu: jantar-lanche com quitutes da culinária cabo-verdiana e brasileira, com cuscuz, pastinhas, pastel de milho, bolo, chás e sucos de calabaceira e bissapi.

    Inscrição obrigatória até dia 3 de junho

    21H30 | MULHERES-TERRITóRIO
    Local: Mbongi 67
    Realizadores presentes: Olinda Tupinambá, Falcão Nhaga

    O Parto

    Olinda Tupinambá, 2021, 9’

    Em atuação performática, o curta O Parto busca explorar discussão sobre a criação, a existência e a vida, através da ótica indígena, conectando com a atual realidade vivida pelos povos originários durante os anos de pandemia de COVID 19.

    Spirit Women

    Francisco Huichaqueo, 2019, 43’

    Este filme liga-se ao retrato de cinco mulheres unidas pela espiritualidade e pela poesia. Cinco mulheres interpelam a câmara com as suas palavras floridas; elas não se conhecem entre si, mas a força declamatória dos seus territórios une-as, formando uma trama fílmica que as unirá para sempre. As línguas Stotsil (México), Mapuzungun (Chile), Quíchua (Bolívia) e o espanhol, línguas belas, dão forma ao campo da semântica não só da palavra, mas também enriquecem a sonoridade própria da língua materna, conduzindo a uma viagem pelo espaço espiritual próprio de cada mulher e do seu território.

    Místida

    Falcão Nhaga, 2022, 30’

    Uma mãe vai às compras e o peso dos sacos magoa-a. Pede auxílio ao filho que vem para a ajudar a carregar as coisas no caminho até casa. Ao percorrerem a distância, lidam também com as questões que os assolam.

    BIOGRAFIA CURADORES

    Amalia Córdova é curadora supervisora no Centro de Tradições Populares e Patrimônio Cultural do Smithsonian Institution e co-dirige o Festival de Cinema da Língua Materna. Ela foi uma especialista latino-americana do Centro de Cinema + Vídeo do Museu Nacional do Índio America-no do Smithsonian e lecionou na Gallatin School of Individualized Study da New York University (NYU). Ela tem um Ph.D. em Cinema Studies e um M.A. em Performance Studies pela NYU. Seu livro, Frames of Resistance: the Cinemas of Abya Yala, acaba de ser publicado pela Oxford University Press. Ela é de Santiago, Chile/Wallmapu.

    Francisco Huichaqueo é artista, cineasta e curador. Nasceu em 1977 na cidade de Valdivia (Ainil), no sul do Chile, no território mapuche de Wallmapu (Gulumapu), a oeste da Cordilheira dos Andes. É professor na Faculdade de Humanidades e Artes da Universidade de Concepción. Licenciou-se em Artes Visuais em 2001 e concluiu um mestrado em Cinema Documental na Universidade do Chile em 2013. Em 2015, estudou óptica cinematográfica na Escola Internacional de Cinema e Televisão de San Antonio de los Baños, Cuba, com apoio do Fundo de Fomento Audiovisual do Ministério da Cultura do Chile. A sua obra fílmica desenvolve-se a partir de um método indígena, que denomina “Cinema Medicina”, baseado numa visão cosmogónica e circular mapuche. No campo curatorial, propõe uma abordagem contra-colonial a museus arqueológicos e etnológicos, actuando como curador-curandeiro. Desde 2011 tem sido convidado a apresentar o seu trabalho e dar conferências em instituições como as Universidades de Nova Iorque, Yale, Princeton, Utah e Berkeley (EUA), a Universidade de San Andrés (Bolívia), e o Encontro das Culturas no México, focando-se na resignificação de objectos patrimoniais mapuche em colecções privadas e museus. Participou em residências artísticas e cinematográficas em França, Taiwan, Colômbia e México. Em 2021 recebeu o Prémio de Criação da Universidade de Concepción e, em 2022, foi nomeado pela Fundação Cisneros (CIFO) para o seu programa de bolsas. Entre as suas exposições colectivas destacam-se: Chilean Miracle (2014, Los Angeles), DE Celerate (2020, Nova Zelândia), Sobre el principio del tiempo (2021, Museu Reina Sofía, Madrid), e REPARAÇÃO / REPAIR / REPARAR(2024, Hangar/Lisboa). Entre as individuais: Kalül Trawün (2010–11), Wenupelon (2015–21), Malón Wiño (2017) e Trig Metawe Kura (2022). Em 2024 participa em Ancestros Hoy: Histórias Visuais de Mulheres Migrantes no Wadsworth Atheneum Museum of Art, EUA. Os seus filmes foram exibidos em várias bienais internacionais e festivais como a Bienal de Berlim (2020), Bienal de Havana (2022), Bienal SIART (Bolívia, 2017), Trienal do Chile (2009), Festival ImagiNATIVE (Toronto), Festival de Cinema Latino de Toulouse (2012–2024), e o Festival de Cinema de Morelia (México, 2013). Desde 2013, a sua obra é distribuída pela Vtape (Toronto, Canadá).

    Maíra Zenun (1982) é multiartista e socióloga, curadora e poeta brasileira em trânsito. Nasceu no Rio de Janeiro, foi criada em Petrópolis, cresceu entre Brasília e Goiás, e hoje vive na Linha de Sintra. Sua trajetória articula ciências sociais, maternar, amar, artes visuais e cinematográficas. Possui: Mestrado em Fotografia Artística (IPCI/2022), onde desenvolveu o projeto autobiográfico ASHANTI ESTÁ EM CASA; Curso Técnico em Audiovisual (Multicompetências/2022); Doutorado em Sociologia do Cinema, com a tese “A CIDADE E O CINEMA NEGRO: o caso FESPACO” (UFG/2019); Mestrado em Sociologia (UnB/2007); além de algumas formações stricto senso, residências artísticas e cursos livres em multimídia, educação, performance e poesia. Em 2016, participou da criação da Nêga Filmes, coletivo de mulheres negras que produz filmes, ensaios fotográficos, performances, livros, ministra cursos e organiza ciclos de cinema. Faz parte do Cineclube da Linha de Sintra. Participa do INMUNE (Instituto da Mulher Negra/PT), da UNA (União Negra das Artes) e do Coletivo MBONGI_67. Integra o projeto FILMASPORA/FCT como bolsista. É autora de dois livros, participou em algumas coletâneas de poesia, além de possuir ensaios e artigos científicos publicados.

    Olinda Tupinambá (Pau Brasil, 1989) é multiartista, comunicadora, produtora cultural e realizadora audiovisual. Seu trabalho usa o corpo como corpo político para discutir a relação entre humanidade e natureza, com foco em questões ambientais. Desde 2015, dirigiu e produziu uma série de obras independentes entre documentários, ficções e performances. Curou e produziu importantes festivais como o Cine Kurumin, FeCCI e Amotara. Participou do grupo CARLA (UFBA/Manchester) e de exposições como Véxoa (Pinacoteca) e a 60ª Bienal de Veneza (2024), no Pavilhão Hãhãwpuá. É integrante da Rede Katahirine de Audiovisual das Mulheres Indígenas. Foi indicada ao Prêmio Pipa 2024.

    Rodrigo Lacerda é antropólogo e realizador. Doutorado em Antropologia: Políticas e Práticas da Cultura e Museologia pela NOVA FCSH e ISCTE-IUL e mestre em Antropologia, especialização Culturas Visuais, pela NOVA FCSH. O seu doutoramento focou-se na relação entre cinema indígena e património no Brasil. Possui ainda uma pós-graduação pela National Film and Television School (Reino Unido) e um BA (Hons) em Film and Broadcast Production pela London Metropolitan University. É investigador no CRIA – NOVA FCSH / IN2PAST. É professor auxiliar convidado na NOVA FCSH desde 2017 e ocupou esse cargo na Universidade de Coimbra de 2019 a 2020. Realizou oito documentários e colaborou em várias produções cinematográficas em Portugal, Reino Unido e Brasil (neste caso, com cineastas indígenas). Co-organizou a Mostra de Ameríndia – Caminhos do Cinema Indígena no Brasil (2019), que decorreu na Fundação Calouste Gulbenkian e que trouxe a Portugal o curador indígena Ailton Krenak e vários cineastas e artistas indígenas. Suas áreas de investigação são antropologia visual, cinema indígena, etnologia indígena e património.

    Ziel Karapotó (1994, Karapotó Terra Nova – AL) é multiartista, curador e cineasta indígena, graduado em Artes Visuais pela UFPE. Atua nas artes visuais e no audiovisual, com obras como O verbo se fez carne (2019), Falas da Terra (2021) e Paola (2022). Em 2024, representou o Brasil na 60ª Bienal de Veneza com Cardume II, foi indicado ao Prêmio PIPA, participou do Festival Theaterformen (Alemanha) e curou o Cine Kurumin. É curador do Museu Indígena de Lagoa Queimada (BA) e pesquisa poéticas indígenas, identidade e o racismo contra povos originários do Nordeste.

  • EDGES at the European Researchers’ Night 2024

    EDGES at the European Researchers’ Night 2024

    On September 27, 2024, the EDGES project took part in the European Researchers’ Night at the Museu Nacional de História Natural e da Ciência in Lisbon. This annual Europe-wide event celebrates science, innovation, and research by bringing researchers and the public together in dynamic, interactive ways. This year, EDGES made an impact by highlighting the contributions of Indigenous scholars from across the Americas and Europe.

    The event in Lisbon featured the project coordinator, Pablo Ibáñez Bonillo, alongside researchers Felipe Oliveira and Karine Mazarão. Anthropologist José Carlos Almeida Cruz, from the Universidade Federal do Amazonas, Brazil, also attended, contributing with the activity titled “The BAHSÉ AHPOSE RITUAL”. José Carlos is currently at the Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-UL), where he is developing his research in partnership with the EDGES project. Additionally, Karl Heinz Arenz, team leader of the EDGES project at the Universidade do Pará, Brazil, also participated, offering significant contributions to the discussions with the public.

    A special highlight of the event was a video with the part of ten Indigenous researchers, who brought their voices, knowledge, and lived experiences into academic and public dialogue. Their participation helped spotlight the importance of including Indigenous perspectives in research spaces and university life.

    Another key moment was the “Science Café” session, where researchers Ângela Domingues (ICS – ULisboa) and Maria Manuel Torrão explored “The Philosophical Journey of Alexandre Rodrigues Ferreira (1783–1792) and the Indigenous Peoples of the Amazon.” This session invited participants to reflect on the legacies of scientific expeditions during colonial Brazil and their enduring impact on Indigenous communities.

    The EDGES project used the occasion to emphasize the value of Indigenous knowledges within academia, advocating for intercultural dialogue as a vital component of scientific and educational enrichment. The vibrant exchange between Indigenous researchers and the public underscored the potential of inclusive research to reshape how science is practiced and understood in Europe.

    A video from the event captures the presence and participation of these Indigenous scholars, offering a glimpse into their engagements with the public and the energy of the night.

    The EDGES team extends heartfelt thanks to everyone who joined us and helped make this experience meaningful. Together, we continue to reimagine knowledge-making through collaboration, respect, and diversity.

  • Seminário “As origens de uma etnologia fenomenológica na Argentina” no ICS-ULisboa

    Seminário “As origens de uma etnologia fenomenológica na Argentina” no ICS-ULisboa

    No dia 26 de setembro de 2024, das 11h às 13h, o Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-ULisboa) recebeu o investigador EDGES Rolando Sillas, da Universidad Nacional de San Martín (Argentina), para o seminário “As origens de uma etnologia fenomenológica na Argentina”.

    O evento contou com a presença de estudantes, professores e interessados , promovendo um debate instigante sobre as bases teóricas e metodológicas dessa vertente etnológica na Argentina. A exposição de Rolando Sillas trouxe à tona reflexões sobre o diálogo entre fenomenologia e práticas etnográficas, abrindo espaço para questões críticas e novas perspectivas na antropologia latino-americana.

    O seminário foi realizado na Sala Maria de Sousa, no ICS-ULisboa.

    Este encontro fez parte da programação de atividades do projeto EDGES e reafirma o compromisso do ICS com o intercâmbio científico internacional e o aprofundamento do pensamento antropológico contemporâneo.

  • Segundo Workshop EDGES en la UMSA

    Segundo Workshop EDGES en la UMSA

    Del 19 al 21 de agosto de 2024, se llevó a cabo en la Universidad Mayor de San Andrés (UMSA) el Segundo Workshop EDGES, un evento que reunió a investigadoras EDGES, académicos y expertos de distintas instituciones para reflexionar sobre la relación entre oralidad, memoria e identidad en las culturas indígenas de Sud América.

    Durante tres días, el Auditorio Marcelo Quiroga fue escenario de intensas jornadas de debate, aprendizaje y homenaje, donde se llevaron a cabo mesas redondas y talleres dedicados a explorar las tradiciones orales del América Latina.

    Programa Destacado

    Lunes 19 de agosto

    • Mesa 1: “Debatiendo la teoría: La oralidad sobre y desde los pueblos originarios”
      Participaron: Carlos Mamani Condori, Cleverth Cárdenas Plaza, Mickael Brohan y Jimena Bigá. Moderador: Philipp Erikson.
    • Mesa 2: “Áreas de conocimiento y oralidad. Tradiciones, mitos, cuentos”
      Participaron: Elías Caurey, Denisse Arnold y Susana Grados. Moderadora: Valentina Vapnarsky.
    • Homenaje a Tristan Platt

    Martes 20 de agosto

    • Mesa 3: “Oralidad y academia”
      Participaron: Alberto Giménez, Fortunato Laura, Marcelo Fernández y Nayibe Gutiérrez. Moderadora: Ana María Lema.
    • Mesa 4: “Experiencias de oralidad”
      Participaron: Froilán Mamani, Maddyson Borra, Romain Busnel, Teófilo Layme, Marta Bordons y Varinia Oros. Moderador: Jedu Sagárnaga.
    • Homenaje a Juan Marchena

    Miércoles 21 de agosto

    • Mesa 5: “Oralidad, memoria e identidad”
      Participaron: Roger L. Mamani Siñani, Mario Murillo, Vincent Nicolas y Vanesa Martin Galán. Moderadora: Santusa Marca.

    Este workshop se consolidó como un espacio de intercambio y reflexión profunda sobre el valor de la oralidad en la construcción de identidades y memorias colectivas en Sud América.

  • Lanzamiento del Libro: “Universos Chibchas. Nuevas aproximaciones a la unidad y la diversidad humana del área istmocolombiana”

    Lanzamiento del Libro: “Universos Chibchas. Nuevas aproximaciones a la unidad y la diversidad humana del área istmocolombiana”

    Editado por Juan Camilo Niño Vargas y Stephen Beckerman (Ediciones UniAndes, 2024)

    Nos complace anunciar el lanzamiento del libro Universos Chibchas. Nuevas aproximaciones a la unidad y la diversidad humana del área istmocolombiana, editado por Juan Camilo Niño Vargas y Stephen Beckerman.

    Sobre el Libro:

    “Universos Chibchas” se centra en los pueblos de lengua chibcha para problematizar la unidad y diversidad del área istmocolombiana, esa inmensa región entre Mesoamérica, los Andes y la Amazonia. El libro reúne los esfuerzos de lingüistas, arqueólogos y etnólogos interesados en proponer una visión más completa de la historia milenaria de estos pueblos y desentrañar sus formas originales de concebir y habitar el mundo.

    A través de síntesis lingüísticas, ensayos comparativos y experimentos etnográficos, los autores abordan temas clásicos y actuales, ofreciendo perspectivas novedosas sobre los grupos chibchas. Los ordenamientos ontológicos, las relaciones socio-cósmicas, los saberes cosmo-ecológicos, las concepciones de la persona y la naturaleza del poder y la jerarquía son temas privilegiados en esta obra. En suma, el libro busca hacer una contribución significativa al entendimiento del pasado, presente y futuro de las poblaciones indígenas de América.

    Sobre los Editores:

    Juan Camilo Niño Vargas
    Profesor de Antropología de la Universidad de los Andes de Bogotá e Investigador Asociado del Centro de Investigaciones Históricas, Antropológicas y Culturales del Panamá (CIHAC). Sus investigaciones se han enfocado en la historia, la lengua y la etnología de las sociedades chibchas, realizando investigaciones lingüísticas y etnográficas profundas entre los ette del norte de Colombia.

    Stephen Beckerman
    Profesor Emérito de la Universidad Estatal de Pensilvania. Sus investigaciones se centran en la ecología evolutiva humana, particularmente en los patrones de subsistencia, reproducción y agresión de sociedades indígenas. Ha realizado trabajos etnográficos extensos con los barí de Colombia y Venezuela y los waorani de la Amazonía ecuatoriana.

    Contenidos y Autores:

    1. Universo chibcha, universos chibchas: Introducción a la unidad y diversidad del área istmocolombiana – Juan Camilo Niño Vargas y Stephen Beckerman
    2. Las lenguas chibchas: Un panorama general – Matthias Pache y Carlos Sánchez Avendaño
    3. Festejar en el mundo chibcha: Liderazgo, jerarquía y festejos en el área istmocolombiana – Carl Langebaek
    4. El universo cultivado: Humanidad, vegetalidad y agricultura entre los chibchas – Juan Camilo Niño Vargas
    5. Morir y el juicio moral de la vida: Cosmología, apoyo y obstáculos en el viaje hacia una nueva existencia entre los chibchas – Ernst Halbmayer
    6. Animales cultivados y caza vegetal: Naturaleza y cultura entre los bribrí y los cabécar – Marcos Guevara Berger
    7. El tiempo en movimiento: La vida y el embarazo entre los ngäbe – Corine Lecarrer
    8. El lugar de los humanos en el mundo guna: Relaciones entre dules, seres marinos, aves y árboles en Gunayala – Mònica Martínez Mauri
    9. Cuerpos compuestos: Notas sobre la teoría i’ku de la persona – Jose Arenas Gómez
    10. Ñiuba: La función ecológica de las figuras de oro en la ontología kogi – Falk Parra Witte
    11. Semisedentarismo barí: patrones de residencia y movilidad en territorio chibcha – Stephen Beckerman, Manuel Lizarralde y Juan Camilo Niño Vargas
  • Lanzamiento del Libro: “La vuelta de los Ranqueles. Una reemergencia indígena en América Latina” (Axel Lazzari)

    Lanzamiento del Libro: “La vuelta de los Ranqueles. Una reemergencia indígena en América Latina” (Axel Lazzari)

    El pasado miércoles 3 de julio, en el Salón del Consejo Superior de la UNLPam, tuvo lugar la presentación del libro La vuelta de los Ranqueles. Una reemergencia indígena en América Latina, del antropólogo y líder del equipo EDGES de la Universidad Nacional de San Martín, Axel Lazzari, publicado por SB Editorial.

    El evento fue organizado por la UPCN Seccional La Pampa, junto a la Universidad Nacional de La Pampa y Tierra Ranquel.

    Sobre el Libro:

    La presentación abordó la restitución del cráneo del cacique Mariano Rosas en 2001, un evento que marcó el comienzo del resurgimiento de los ranqueles. Axel Lazzari, doctor en Antropología por la Universidad de Columbia e investigador del CONICET, compartió su exhaustiva investigación sobre la historia y la revitalización cultural de los ranqueles, analizando los desafíos y esperanzas que enfrentan en sus proyectos de organización política, de reconstrucción comunitaria y recuperación de su identidad.

    Sobre Axel Lazzari:

    Axel Lazzari es Doctor en Antropología por la Universidad de Columbia, tras haber estudiado en la Universidad de Buenos Aires y el Museo Nacional de Río de Janeiro. Es investigador del CONICET y profesor en la Licenciatura de Antropología Sociocultural y en el Doctorado en Antropología Social, del Instituto de Altos Estudios Sociales de la Universidad Nacional de San Martín. Ha publicado numerosos artículos científicos sobre problemáticas de identidad, política y territorio en pueblos indígenas y sobre historia de la antropología argentina.

  • Workshop Pensar/Agir através de entrelaçamentos no ICS-ULisboa

    Workshop Pensar/Agir através de entrelaçamentos no ICS-ULisboa

    O primeiro Workshop EDGES na Universidade de Lisboa foi um sucesso, com grande organização por parte dos colegas do ICS-UL. Obrigado a todos os participantes. 

    Durante o Workshops os investigadores foram convidados a compartilhar idéias sobre ‘entrelaçamento’ de conhecimentos e como estes se relacionam com a problemática epistemológica, contribuindo para vocabulários de entrelaçamento entre conhecimentos indígenas e a universidade. 

  • Communication Meeting: Tinkuy, pensamiento indígena. Diálogo y perspectivas desde América Latina y Europa

    Communication Meeting: Tinkuy, pensamiento indígena. Diálogo y perspectivas desde América Latina y Europa

    EDGES anuncia su primer Communication Meeting que tendrá lugar en la Universidad Andina Simón Bolívar, Ecuador. El Colegio de América Sede Latinoamericana, con el apoyo de la Cátedra UNESCO Pueblos Indígenas de América Latina e EDGES, invitan al seminario internacional “Tinkuy, pensamiento indígena. Diálogo y perspectivas desde América Latina y Europa“.

    Fechas: 17 y 18 Julio de 2024 

    Lugar: Universidad Andina Simón Bolívar | Facebook Live | Plataforma Zoom

    Este seminario tiene por objetivo abrir un diálogo con las organizaciones e intelectuales indígenas del continente, para orientar los estudios sobre saberes indígenas. Para ello, se contará con la presencia de varios académicos que presentarán ponencias y de algunos dirigentes de organizaciones internacionales.

    La metodología del seminario enfatiza en la presentación de temas generales, de posibles aspectos comparativos y de comentarios de quienes están al frente de la organización indígena a nivel continental.

    Participarán 20 académicos de América Latina, Europa y Norteamérica, dirigentes de organizaciones indígenas del continente e intelectuales que presentarán sus ponencias o comentarios en forma presencial y excepcionalmente vía Zoom. Se dará tiempo para debates y preguntas. Habrá un acto inaugural con una conferencia magistral.

    En forma paralela al seminario, se organizarán varios actos, que tendrán lugar entre el miércoles 17 y el viernes 19 de julio:

    • Inauguración del Museo de Arqueología y Chamanismo Plutarco Naranjo “Diálogo de saberes” de la Universidad Andina Simón Bolívar Sede Ecuador.
    • Exposición de tapices andinos y americanos, organizada por el Colegio de América Sede Latinoamericana.
    • Feria del libro sobre temas indígenas organizada con la concurrencia de varias editoriales.
    Agenda

    17 de Julio 2024

    15h30 a 15h40
    Instalación

    15h40 a 16h20
    Ponencia: Interculturalidad y Diferencias
    Ariruma Kowii, Ecuador

    16h20 a 17h00
    Ponencia: Pensamiento Indígena
    Renzo Aroni Sulca, Perú

    17h00 a 17h40
    Ponencia: Pensamiento Maya
    María Patricia Pérez, México
    Modera: Enrique Ayala Mora, Universidad Andina Simón Bolívar, Sede Ecuador / Colegio de América, Sede Latinaomericana

    17h40 a 18h00 – RECESO

    18h00 a 19h30
    Mesa Redonda: Derechos indígenas

    Derechos Humanos y Derechos Indígenas
    Ramiro Ávila Santamaría, Ecuador

    Las cosmovivencias de la naturaleza y el agua
    Yaku Pérez Guartambel, Ecuador

    Derechos colectivos indígenas
    Kuricama Yupanki, Ecuador

    Clínica de derechos de los pueblos indígenas
    Bárbara Truffin, Bélgica

    Derechos colectivos y derechos de la naturaleza
    Carlos Larrea Maldonado, Bélgica
    Modera: Rodrigo Lacerda, Universidade Nova de Lisboa, Portugal

    18 de Julio 2024

    9h00 a 10h30
    Visita al campus de la Universidad

    11h00 a 12h30
    Inauguración del Museo Plutarco Naranjo: Diálogo de saberes

    15h30 a 15h40
    Instalación

    15h40 a 16h20
    Ponencia: Los museos y los saberes indígenas
    Elvira Espejo, Bolivia

    16h20 a 17h00
    Ponencia: Pensamiento amazónico
    Ampam Karakras, Ecuador

    17h00 a 17h40
    Ponencia: Un recorrido por los patrimonios intangibles de Brasil desde el perspectivismo amazónico
    Antonio Fernandez Goes Nieto, Brasil
    Moderador: Bruno Soares Brulon, Universidad de St. Andrews, Reino Unido

    17h40 a 18h00 – RECESO

    18h00 a 19h30
    Mesa Redonda: Organizaciones indígenas
    Fany Kuiru, COICA, Colombia
    Dario Baniwa, FOIRN, Brasil
    Luis Andrango, Ecuador