No dia 2 de maio, Alfonsina Cantore (CONICET/UNSAMCONICET/UNSAM, Investigadora Visitante ICS e membro do Projecto EDGES fez parte do Seminário do Grupo de Investigação Diversidades. O tema desta sessão foi Dispositivos que fazem ao cuidado da gravidez e o parto de mulheres mbya guaraní.

A crescente institucionalização do parto está mudando as experiências de gestação e parto das mulheres mbya guarani em Misiones (Argentina). No espaço onde as mulheres frequentam cada vez mais os centros de saúde públicos, incorporam diferentes tecnologias no processo de gestação de maneira gradual e heterogênea. As tecnologias são objetos que ampliam as possibilidades de prática e as mulheres se apropriam delas e lhes dão sentido. Daí a pergunta sobre os pontos de convergência entre as gestantes mbya e as tecnologias. Abordamos este ponto para nos afastarmos das controvérsias sobre a intervenção tecnológica durante a gravidez no polo do negativo, externo e frio, e o parto ‘tradicional ou natural’ como o caloroso e próximo. Também permite discutir que as tecnologias sejam organizadas no ‘mundo moderno’ versus ‘mundo indígena’ e atender às transformações das práticas e das relações sociais e materiais. Assim, as tecnologias vão mudando as formas de experimentar a gravidez e o parto.

Anfonsina Cantore é Doutora em Antropologia Social e Ciências Sociales pela Universidad de Buenos Aires e a Universidade Federal de Bahía (UBA/UFBA, cotutela). Bolseira do Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas/Universidad de San Martin (CONICET/UNSAM), é especialista em antropologia de género, cuidados, saúde, sexualidade e interculturalidade. A sua investigação foca-se em etnografias com mulheres mbya guaraní em Misiones (Argentina).